Mercado do arroz enfrenta concorrência desleal e ameaça à reputação internacional

O mercado brasileiro de arroz está ando por um momento crítico. Segundo Sérgio Cardoso, diretor de operações da Itaobi Representações, uma ameaça silenciosa tem se consolidado: o aumento de marcas que atuam à margem da legislação vigente, em especial da Instrução Normativa n.º 6/2009 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Marcas irregulares comprometem qualidade do produto

De acordo com Cardoso, diversas indústrias têm criado marcas alternativas com o objetivo de escoar arroz fora dos padrões oficiais. A estratégia atende à forte pressão por preços baixos, tanto por parte do varejo quanto dos consumidores. No entanto, essa prática compromete seriamente a qualidade do arroz ofertado no mercado e enfraquece a credibilidade do produto nacional.

Falta de fiscalização agrava o problema nos pontos de venda

A ausência de fiscalização efetiva nos pontos de venda tem permitido a comercialização de produtos com rótulos atrativos, mas com laudos apenas formais. Com isso, muitos desses produtos ocupam espaço nas gôndolas dos supermercados, competindo de forma desleal com marcas que seguem todas as exigências legais.

Uso inadequado de variedades dificulta rastreabilidade

Outro fator preocupante destacado por Cardoso é o uso de variedades de arroz voltadas para o controle do arroz vermelho, que vêm sendo misturadas sem qualquer critério técnico. Isso compromete a rastreabilidade da produção e dificulta a transparência do processo, prejudicando toda a cadeia produtiva.

Indústrias regulares são prejudicadas pela concorrência desleal

As indústrias que atuam de forma legalizada, investindo em qualidade e controle, acabam sendo penalizadas por esse cenário. A concorrência com produtos irregulares força a redução de preços, o que ameaça a sustentabilidade econômica do setor a médio e longo prazo.

Risco de perda de mercados internacionais

Além dos impactos internos, há o risco de prejuízo à reputação do arroz brasileiro no exterior. Cardoso alerta que os países importadores valorizam a qualidade do produto nacional e não aceitam as variedades utilizadas nas misturas internas. Segundo ele, caso o setor não adote mecanismos de fiscalização e autorregulação, o Brasil poderá perder espaço no mercado global.

“Se o setor não se organizar, fiscalizar e se autorregular, a consequência será inevitável: erosão de margens, perda de confiança do consumidor e retrocesso no esforço de consolidação do Brasil como fornecedor global de arroz de qualidade”, afirma Cardoso.

Diante desse cenário, a necessidade de ações urgentes por parte das autoridades e dos próprios agentes da cadeia produtiva é evidente. A autorregulação e a fiscalização eficiente são apontadas como caminhos fundamentais para preservar a credibilidade e a competitividade do arroz brasileiro, tanto no mercado interno quanto no cenário internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio