Produção de carne bovina recua no 1º trimestre, mesmo com aumento nos abates, aponta IBGE

Dados divulgados pelo IBGE revelam que a produção de carne bovina no Brasil caiu 1,9% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o quarto trimestre de 2024, mesmo com aumento no número de animais abatidos. O levantamento também destaca recordes no abate de suínos e frangos para o período.

Produção de carne bovina em queda

A produção de carne bovina brasileira somou 2,486 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2025, registrando uma queda de 1,9% em relação ao último trimestre de 2024. O dado contrasta com o crescimento de 1,9% no total de animais abatidos, que atingiu 9,87 milhões de cabeças — o maior número já registrado para um primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Aumento nos abates de fêmeas impactou o volume produzido

De acordo com o IBGE, o crescimento no número de abates foi impulsionado principalmente pelo aumento significativo na participação das fêmeas, que são mais leves que os machos. Essa mudança no perfil dos animais abatidos influenciou diretamente na redução do peso médio das carcaças.

A analista Ângela Lordão, responsável pelas pesquisas trimestrais da pecuária, explicou que esse movimento é sazonal. “Tradicionalmente, após o período da estação de monta, as fêmeas não produtivas, com falha de prenhez, idade avançada ou baixa performance, são encaminhadas para o abate”, afirmou.

Peso das carcaças também recuou

O peso médio das carcaças bovinas foi de 251,86 kg no primeiro trimestre, queda de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024 e retração de 3,7% em relação ao último trimestre.

Esse recuo está ligado ao aumento de 23,1% nos abates de vacas em comparação ao trimestre anterior e de 8,7% frente ao mesmo período de 2024. Já os abates de bois caíram 14,5% na comparação trimestral e 1,7% na base anual.

Redução na oferta de bois

A menor participação de machos nos abates neste início de ano é explicada, segundo Ângela Lordão, pela redução na disponibilidade de animais prontos para o abate após o encerramento dos confinamentos no quarto trimestre, período tradicionalmente mais intenso em abates.

Além disso, a analista destaca que a elevada taxa de abate de fêmeas nos últimos anos vem reduzindo o número de matrizes, o que compromete a produção de bezerros e, futuramente, a oferta de bois.

Frangos e suínos registram crescimento

O abate de suínos no primeiro trimestre de 2025 teve alta de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, embora tenha recuado 0,8% frente ao quarto trimestre do ano ado. Ainda assim, o resultado marcou o melhor primeiro trimestre da série histórica iniciada em 1997.

Já o abate de frangos cresceu 2,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2024 e subiu 1% ante o trimestre anterior. O desempenho foi impulsionado pelos melhores meses de janeiro e fevereiro da série histórica.

Apesar do aumento no número de abates de bovinos, a produção de carne caiu devido à maior participação de fêmeas, que têm menor rendimento. Já os segmentos de suínos e frangos seguem em alta, com recordes para o início do ano, reforçando a importância da diversificação na produção pecuária brasileira.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio