Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) e da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), analisou as dificuldades atuais enfrentadas pelos produtores de leite. A principal preocupação é a queda no preço pago ao produtor, tema abordado na última reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite (Conseleite).
“Sinal de amarelo para o vermelho” para o setor leiteiro
Tang classificou o momento como crítico para o setor: “Estamos em um período em que não conseguimos ar mais um inverno com preços ruins para o nosso produto. Esperamos uma estabilidade e uma reação nos próximos meses, com remuneração mais justa pelo litro de leite entregue à indústria”. Ele também destacou a redução da produção leiteira no Rio Grande do Sul em comparação a outros estados.
Impacto das importações sobre o mercado interno
Outro fator que preocupa o dirigente é a pressão das importações, especialmente de leite em pó, muito usado na fabricação de derivados como chocolates. “Não é apenas a importação direta, mas principalmente o uso de produtos lácteos importados pela indústria. Isso pressiona o mercado interno e contribui para a queda no preço pago ao produtor”, explicou.
Tang ressaltou que o mercado gaúcho consome cerca de 40% do leite produzido no estado e defende que a indústria busque novos mercados fora do Rio Grande do Sul para ampliar as possibilidades de escoamento e melhorar as margens para os produtores.
Produtores enfrentam desafios financeiros após anos de clima adverso
O presidente da Gadolando também destacou que os produtores esperam uma remuneração melhor neste inverno para honrar compromissos financeiros. Segundo ele, os últimos cinco anos de clima adverso prejudicaram a produção de alimentos para o gado, levando muitos produtores a comprar insumos que antes produziam, o que gerou dívidas difíceis de pagar.
Necessidade de previsibilidade para o produtor rural
Tang reforçou que o produtor precisa de estabilidade para planejar sua atividade: “É fundamental que o produtor saiba, minimamente, quanto receberá nos próximos meses por litro de leite produzido. Essa gangorra de preços não oferece segurança nem para investir nem para continuar na atividade.”
Para ele, a solução está no fortalecimento dos contratos entre produtores e indústrias. “Ainda é algo tímido no setor, mas precisamos avançar. É fundamental que produtor e indústria construam juntos uma nova relação baseada na previsibilidade”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio