O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participou nesta segunda-feira, 9 de junho, de uma série de atividades estratégicas durante a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), realizada em Nice, na França.
A ministra Luciana Santos acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da conferência e participou de agendas paralelas como o evento “Educação Azul para uma sociedade sustentável e resiliente – Ampliando a cooperação científica, o conhecimento, a capacitação e a educação relacionados aos oceanos para fortalecer a interface ciência-política para a saúde dos oceanos”, organizada pelo MCTI, em parceria com a Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Durante seu discurso, Luciana Santos assumiu o compromisso com a chamada global à ação para a promoção da cultura oceânica, destacando que a educação ambiental deve ser uma aliada da cidadania e da transformação social.
“Buscaremos estabelecer a conexão entre a educação oceânica e o desenvolvimento sustentável, a estabilidade climática e o bem-estar humano, como uma estratégia para promover a conservação, a restauração e o uso sustentável dos oceanos”, afirmou.
A inclusão da cultura oceânica no currículo escolar nacional é uma importante agenda do MCTI. Em abril, durante o Fórum Internacional “Currículo Azul”, o ministério firmou com o MEC e a UNESCO um protocolo de intenções que reforça essa diretriz.
A parceria também prevê a realização da 5ª Olimpíada Brasileira do Oceano, da 2ª Olimpíada Internacional do Oceano e a oferta de cursos de formação para professores.
“O Brasil tem se destacado internacionalmente. O MCTI tem desempenhado um papel crucial nesse contexto, utilizando sistemas de observação oceanográfica, modelagens climáticas avançadas, biotecnologia marinha e inteligência artificial para o fornecimento de dados e evidências que sustentam a construção de políticas públicas baseadas na ciência”, destacou a ministra.
Luciana Santos ainda acrescentou que a missão do MCTI é transformar os conhecimentos gerados pelas pesquisas em ações concretas que beneficiem a sociedade. “Estamos promovendo a integração da educação com as necessidades globais e a proteção dos nossos recursos naturais”, completou.
3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos
Na sessão de abertura da UNOC3, o presidente Lula anunciou sete compromissos voluntários do Brasil para os oceanos, entre eles o fortalecimento da coleta de dados científicos por meio de um Sistema Integrado de Monitoramento, investimentos em pesquisa na Estação Comandante Ferraz, na Antártida, e a ampliação da iniciativa das Escolas Azuis, que chegará a 515 instituições de ensino em 2025.
“O Brasil foi o primeiro país a incluir a cultura oceânica nos programas escolares e continuará qualificando professores para o ensino do Currículo Azul”, disse o presidente.
A iniciativa é fruto da articulação liderada pelo MCTI em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a UNESCO.
Encontro com o INPO
Ainda em Nice, a ministra Luciana Santos se reuniu com o diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, e com os diretores Janice Trotte-Duhá e Andrei Polejack.
Eles apresentaram projetos em andamento focados na cooperação internacional e no fortalecimento da pesquisa em monitoramento, instrumentação e desenvolvimento científico.
A ministra destacou o recente avanço no Plano Anual de Investimento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e falou sobre as iniciativas previstas até 2026.
Os representantes do INPO compartilharam experiências das discussões com parceiros internacionais, como o Ifremer (França) e a Comissão Europeia, além de sua participação nos eventos científicos paralelos à UNOC3.
Compromissos até a COP30
A 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos marca uma etapa decisiva no caminho para a COP30, que será realizada em Belém, em 2025. A da Declaração Presidencial “De Nice a Belém”, em março deste ano, fortaleceu os laços internacionais e pavimentou o caminho para um debate mais profundo sobre sustentabilidade oceânica.
“O MCTI seguirá mobilizado para ampliar a contribuição da ciência brasileira na proteção dos oceanos, articulando agendas internacionais, políticas públicas e investimentos em pesquisa e educação”, concluiu Luciana Santos.